quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Coluna jogos inesquecíveis



Jogo pela decisão Taça Brasil de 1966.
No Pacaembu – Santos 2 x 3 Cruzeiro

Escalação:

Cruzeiro: Raul. Pedro Paulo. William. Procópio e Neco. Wilson Piaza e Dirceu Lopes. Natal. Tostão. Edvaldo e Hilton Oliveira.
Técnico: Airton Moreira.

Santos: Cláudio. Zé Carlos. Oberdan. Haroldo e Lima. Zito e Mengalvio. Amauri (Dorval). Toninho. Pelé e Edu.
Técnico: Lula.



Um jovem mineiro iniciava sua brilhante carreira no Cruzeiro. Em 1966, ele decidia com o poderoso Santos de Pelé a Taça Brasil. O time de Minas também começava a ganhar títulos com uma equipe que marcou época na história do futebol das Alterosas. E aquela Taça Brasil foi a sua grande chance. Até então somente se falava nos clubes do Rio e São Paulo, principalmente, no time de Pelé. Indiferente à descrença geral, Tostão e seus companheiros, se preocuparam apenas em impor aos adversários o ritmo de jogo do Cruzeiro naquela Taça Brasil. Era uma competição eliminatória, e o time de Tostão foi vencendo um a um todos os obstáculos. Chegar a final já era uma vitória, mas o maior desafio ainda estava por vir. Para colocar a mão na taça, o Cruzeiro tinha que ultrapassar o melhor time do mundo: o Santos Futebol Clube.

Ninguém acreditava no time mineiro que, até certo ponto, era inexperiente, com muitos jovens como Tostão que tinha apenas 19 anos de idade. No primeiro jogo, no mineirão, o Cruzeiro mostrou que não seria presa fácil. Ao contrário: o Santos foi goleado impiedosamente por 6x2. Essa vitória espetacular deu mais confiança a equipe para disputar a segunda partida em São Paulo. Tostão sabia que seria um jogo dificil. Os santistas jogariam ao lado da torcida paulista e os jogadores do Santos estavam com o orgulho ferido porque nunca tinha sido goleado. Eles queriam devolver a humilhante derrota.

E foi nesse jogo que Tostão viveu seu grande momento, seu jogo inesquecível. O Santos foi todo para o ataque, procurando fazer os gols logo no inicio. Pelé então, jogava com uma garra incrível. Era uma correria infernal. Com isso, o Cruzeiro não sabia como sair para o ataque, criar jogadas. Estavam todos perdidos e o primeiro tempo terminou 2x0 para o Santos. Tostão não esconde que seus companheiros voltaram para os vestiários assustados e Pelé acreditava que a goleada seria devolvida. Tanto que a imprensa começou a noticiar que os dirigentes do Santos procuraram os cruzeirense para marcar logo a data para o terceiro jogo. Isso durou todo o intervalo. Tostão e seus companheiros conversaram muito e voltaram diferente.

Um pouco acomodado, o Santos permitiu que o Cruzeiro jogasse tocando mais a bola. Agora, era o time de Tostão que jogava no campo do Santos. E as chances foram aparecendo e sendo desperdiçadas. Até um pênalti Tostão perdeu. E foi nesse momento que o “mineirinho de ouro” se superou. Ele foi tomado pela fúria. Tinha que corrigir seu erro, tinha que partir para cima, jogar tudo que sabia. Ele começou a correr mais ainda. As chances continuavam a aparecer e os jogadores do Santos pareciam cansados e envolvidos.

E veio a consagração. Aconteceu uma falta bem próximo a lateral do lado direito do ataque do Cruzeiro. Tostão, mesmo sem angulo, chutou direto e assinalou o primeiro jogo dos mineiros. A comemoração foi enorme. O time cresceu e o gol de empate era um questão de tempo. E ele veio através de uma jogada individual de Dirceu Lopes que entrou driblando e tocou na saída do goleiro Cláudio. Era o gol do titulo. E o incrível é que, após o gol, o Santos não esboçou nenhuma reação. O Cruzeiro é que continuou atacando. E o terceiro gol veio para coroar uma reação sensacional e fechar com chave de ouro uma campanha maravilhosa. Hilton Oliveira tocou para Tostão driblar vários adversários e entregar limpinha para Natal que livre, apenas encostou para fazer Cruzeiro 3 x Santos 2. Foi uma alegria indescritível. O Cruzeiro era campeão brasileiro com duas vitórias sobre o melhor time do mundo. Tostão que tinha sido um dos responsáveis pelo titulo não esquece aquele jogo no Pacaembu. Para ele foi o seu jogo inesquecível.
Por Bruno Carvalho

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